Autoridades classificaram a piloto Juliana Turchetti como ‘heroína’
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Juliana morreu enquanto combatia as chamas na Floresta Nacional de Helena, cidade sede do Condado de Lewis e Clark, no centro-oeste do Estado de Montana.
O acidente ocorreu por volta do meio-dia no horário local (15 horas no Brasil), durante a manobra de scooping com o FireBoss, que consiste em passar com a aeronave sobre uma represa ou lago.
Conforme relato à imprensa do xerife de Lewis e Clark, Leo Dutton, enquanto realizava o scooping, o avião teria batido em algo, despedaçou-se na água e afundou. As investigações sobre as causas do acidente serão realizadas pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA.
O corpo da piloto foi encontrado cerca de cinco horas depois, por equipes voluntárias de busca e resgate dos condados de Lewis and Clark e de Gallantin.
Heroína
Os governadores de Montana, Greg Gianforte, e de Idaho (estado que emprestou o avião), Brad Little, emitiram uma nota conjunta em que relataram estar “profundamente tristes” pela morte da piloto e se referiram a Juliana como “heroína”.
“Nossos primeiros socorristas e bombeiros florestais arriscam suas vidas para responder rapidamente às ameaças e proteger nossas comunidades. É um verdadeiro ato de bravura correr em direção ao fogo. Nós nos juntamos a todos os habitantes de Montana e Idaho em oração pela família e amigos da heroína caída durante este momento trágico”, afirmou.
Em nota de pesar, o Sindag disse que Juliana Turchetti é “uma mostra da força feminina no setor e da garra e profissionalismo dos pilotos brasileiros” e “um exemplo da determinação para dezenas de jovens que todos os anos lutam para se formar e se especializar em escolas de aviação de todo o Brasil”.
Quem era Juliana Turchetti
A piloto Juliana Turchetti nasceu em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e tinha 6.500 horas de experiência de voo.
Ela entrou na aviação em 2007, foi instrutora de voo e depois copiloto e piloto em aviões Boeing 727 e 737. Até que em 2013 entrou para aviação agrícola. Em 2018 foi morar nos Estados Unidos, onde se tornou a primeira brasileira a voar em lavouras na terra do Tio Sam.