O cenário econômico global enfrenta um crescimento lento e moderado, conforme destacado pelo relatório World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional (FMI). Este documento aponta a pandemia de covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia como fatores principais da crise atual. Para superar esses desafios, os países devem focar na retomada do crescimento, controle da inflação e estabilidade financeira.
O FMI projeta uma queda na inflação global, de 6,8% em 2023 para 5,2% em 2024, mas a preocupação com a economia persiste. Maria Antonieta Del Tedesco Lins, professora da USP, observa que a inflação é um problema generalizado, agravado por dificuldades de abastecimento e choques na produção devido a conflitos recentes.
A professora Lins destaca que, apesar dos problemas serem comuns a muitos países, a maioria os enfrenta de forma isolada, com exceção de alguns blocos regionais como a União Europeia. Ela sugere que a previsibilidade e transparência nas políticas econômicas são essenciais para melhorar a situação.
No Brasil, a desigualdade socioeconômica é um grande obstáculo para o avanço econômico. A professora Lins sugere que uma maior tributação sobre rendas altas poderia ser uma solução, mas reconhece que o país está longe de implementar tais medidas. A estabilidade política e econômica é crucial para melhorar a arrecadação e as contas públicas.
Dante Mendes Aldrighi, professor da USP, afirma que o Brasil tem apresentado baixo crescimento econômico, o que contribui para o desemprego e a desigualdade de renda. Ele enfatiza a necessidade de um crescimento econômico que assegure empregos de qualidade e renda adequada, alinhado à transição para uma economia de baixa emissão de carbono.
Aldrighi ressalta que a estabilidade macroeconômica, com baixa inflação e equilíbrio fiscal, é fundamental para o crescimento sustentável. Isso reduz incertezas, diminui a inflação e a demanda por financiamento governamental, resultando em menores taxas de juros e estimulando o consumo e investimento privado.
O novo governo brasileiro está elaborando reformas econômicas, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. O arcabouço fiscal visa disciplinar os gastos públicos, estabelecendo limites para o crescimento das despesas e metas para o resultado fiscal primário, com o objetivo de garantir a sustentabilidade da dívida pública.
A reforma tributária, por sua vez, foca nos impostos sobre consumo. A atual legislação sobre impostos indiretos é complexa e ineficiente, e a reforma busca simplificar o sistema tributário, tornando-o mais justo e eficiente, o que pode contribuir para o crescimento econômico do país.