De acordo com Francisco Gonçalves Peres, a economia comportamental é um campo interdisciplinar que combina psicologia, economia e neurociência para explicar por que os indivíduos frequentemente tomam decisões financeiras que desafiam a lógica tradicional. Em vez de agir sempre de forma racional, como pressupõe a economia clássica, os agentes econômicos são influenciados por emoções, heurísticas e contextos sociais.
A seguir, vamos compreender como os vieses cognitivos influenciam decisões financeiras e de que forma estratégias bem direcionadas podem contribuir para escolhas mais conscientes e sustentáveis no cenário econômico atual.
Por que o comportamento da maioria influencia tanto as decisões financeiras?
O efeito manada descreve a tendência de seguir o comportamento coletivo, especialmente em cenários marcados por incerteza. No mercado financeiro, esse viés pode ser observado quando muitos investidores compram ou vendem ativos apenas porque outras pessoas estão fazendo o mesmo, independentemente de análises técnicas ou fundamentos econômicos.
Esse tipo de comportamento é potencializado por redes sociais e mídias digitais, que ampliam a disseminação rápida de tendências. No entanto, o incentivo à educação financeira e ao pensamento crítico tem contribuído para reduzir a influência do efeito manada. Ambientes que promovem transparência e acesso à informação ajudam a fortalecer decisões baseadas em dados e não em pressões externas, conforme explica Francisco Gonçalves Perez.
Por que a perda gera mais impacto emocional do que o ganho equivalente?
A aversão à perda é um viés segundo o qual as perdas são sentidas de maneira mais intensa do que os ganhos de mesmo valor. Por esse motivo, esse fenômeno influencia fortemente o comportamento econômico, levando à resistência em assumir riscos, mesmo quando as probabilidades de sucesso são favoráveis. Como consequência, essa sensibilidade ampliada pode comprometer oportunidades importantes de crescimento financeiro.

Diversos estudos demonstram que essa aversão pode levar a decisões conservadoras, como manter investimentos pouco rentáveis ou evitar mudanças financeiras necessárias. Segundo Francisco Gonçalves Peres, políticas públicas e programas de orientação financeira têm atuado de forma positiva ao mostrar os benefícios do planejamento de longo prazo e ao oferecer ferramentas que ajudam a lidar com o medo de perder.
Por que há uma tendência a superestimar a própria capacidade de decisão?
O excesso de confiança é um viés no qual os indivíduos acreditam ter mais conhecimento ou controle sobre resultados do que realmente possuem. Essa distorção é comum em decisões financeiras que envolvem previsão de cenários, como investimentos ou negociações, e pode resultar em subestimação de riscos. Tal percepção distorcida compromete a análise objetiva e pode levar à adoção de estratégias financeiramente imprudentes.
A valorização de práticas educativas que incentivam a análise crítica e o acompanhamento de indicadores objetivos tem sido eficaz para mitigar esse viés. Francisco Gonçalves Perez destaca que ambientes que promovem a troca de informações entre especialistas e a consulta a dados confiáveis tendem a gerar decisões mais prudentes, reduzindo o impacto da confiança desmedida nas finanças pessoais e institucionais.
O papel dos vieses na tomada de decisões econômicas
Por fim, Francisco Gonçalves Perez conclui que os vieses cognitivos têm grande impacto sobre as decisões financeiras, afastando-as da racionalidade esperada. Exemplos como o efeito manada, a aversão à perda e o excesso de confiança demonstram como fatores psicológicos moldam escolhas econômicas diárias. Nesse sentido, a educação financeira e a promoção de reflexão crítica são soluções eficazes para mitigar esses vieses e incentivar decisões mais equilibradas.
Autor: Popov Smirnov