O ano letivo de 2024 começou na rede pública de ensino do Distrito Federal para as 835 instituições, com aumento de 7,5% nas inscrições de estudantes em relação a 2023. O número saltou de quase 465 mil para cerca de 500 mil, o que gerou um acréscimo de 35 mil alunos. A informação é da Secretaria de Educação do DF (SEEDF), que se organizou para orientar as crianças e jovens no combate ao mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, durante as aulas por meio da campanha da pasta Todos contra a dengue.
Moradores de Águas Claras, os pais do pequeno Pedro Boechat Castelo Branco, de 3 anos, Camila Boechat, 34, e o bancário Fabio Castelo Branco, 38, foram deixar o pequeno no Centro de Ensino Infantil (CEI) 11 de Taguatinga no primeiro dia de aula com a esperança de que seja um ano letivo repleto de novidades para o menino, que estava ansioso com o início. “Ele fala que quer brincar e aprender as letrinhas”, diz a dona do lar.
Morador da mesma região, o fiscal de obra Marden Silva Lima, 43, levou as filhas Cecília, 4, e Catarina, 8, para o CEI 11 de Taguatinga com a esperança de que o aprendizado delas melhore. “Quero ir para a escolinha para estudar”, disse a pequena Cecília. Marden tem outro filho, de 12 anos, em uma escola privada de Águas Claras, e acredita que o ensino na escola pública é melhor do que na rede particular. “O profissional da área pública está mais preparado, pois, anualmente, têm cursos para saber lidar com as crianças”, opina.
Assim como Cecília, a pequena Isabella Gomes, 4, estudava em creche no passado. Enquanto ajeitava o óculos de sol rosa estiloso da filha, a auxiliar administrativa Samara Gomes, 26, se orgulhava da animação da menina com o início das aulas no CEI 11 de Taguatinga. Em alerta por causa da epidemia de dengue, Samara admite o medo de a filha se infectar com a doença, pois viu dois irmãos serem diagnosticados este ano. “Comprei um repelente e passo todos os dias nela, porque fico com medo de ela pegar na escola ou no percurso”, completa Samara.
De olho no futuro
Este ano letivo será sinônimo de desafio para os amigos Guilherme Hyago Muniz, 17, e Danielly Alves, 17, alunos do 3º ano do ensino médio do Centro de Ensino Educacional (CED 7) de Ceilândia. Os dois estudam juntos para passar em medicina no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Guilherme pretende estudar mais conteúdos de física e química. “São disciplinas que caem muito nas provas dos vestibulares”, relata o jovem. Danielly quer fortalecer o potencial em matemática e focar os estudos em língua portuguesa para tirar uma boa nota na redação. “Para estudar bem, é importante passar repelente antes e durante as aulas, porque vemos que os casos e as mortes estão aumentando”, avalia.
Vice-diretora do CED 7 de Ceilândia, Cristiane Oliveira detalha que, devido à proliferação da dengue, a escola passou por limpeza de possíveis focos e dedetização da Vigilância Sanitária em Saúde na última sexta-feira. “Em janeiro, tivemos o cuidado da parte interna da escola, com limpeza na parte da jardinagem. Todos os professores foram orientados a fazer essa discussão em sala”, relata a educadora.
No CED 7, os 1,4 mil dos mais de 2,5 mil alunos da unidade — distribuídos em três turnos —, receberam palestra do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) no auditório da escola. “A gente está conversando muito sobre a criminalização do bullying, porque, antes, era mais uma questão comportamental”, relata a tenente Mariana Moulin, comandante disciplinar da unidade, que é uma das oito escolas cívico-militares do DF.
A Secretaria de Educação também realiza a educação no trânsito em parceria com o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), com pintura de faixas próximas das escolas. Outra ação tradicional é a Operação Volta às Aulas, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que dura até sexta-feira, com intensificação do policiamento feito rotineiramente.