A economia brasileira registrou um crescimento de 1,6% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o último trimestre de 2024. Os dados são da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) divulgada pelo Monitor do PIB, estudo mensal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse resultado representa uma importante recuperação após uma fase de estagnação observada no final do ano passado.
O destaque do trimestre ficou por conta da agropecuária, que apresentou um crescimento expressivo de 12,2%. Esse setor tem mostrado um desempenho robusto, impulsionado por uma safra recorde e aumento das exportações de produtos agrícolas. A expansão da agropecuária foi determinante para reverter a tendência negativa observada desde o terceiro semestre de 2024.
Além disso, o setor de serviços, responsável pela maior parte do PIB brasileiro, também contribuiu para o resultado positivo. O crescimento no setor foi de 1,3% no período, refletindo uma melhora no consumo das famílias, que subiu 2,7% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Essa recuperação no consumo é essencial para a retomada econômica.
No entanto, a indústria não acompanhou a mesma trajetória, apresentando estagnação, especialmente na indústria de transformação, segmento que tem maior peso dentro do setor. Embora algumas atividades industriais tenham crescido, a retração nessa área foi o principal fator que limitou o desempenho industrial como um todo. Isso indica a necessidade de políticas para estimular a indústria.
As exportações brasileiras também cresceram no primeiro trimestre, com alta de 2,8%. O aumento foi influenciado principalmente pelos produtos agropecuários, que tiveram boa demanda no mercado internacional. Esse movimento reforça a importância do agronegócio para a economia nacional e sua capacidade de gerar divisas para o país.
Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceram 6,9% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar desse avanço, há uma tendência de desaceleração em comparação com trimestres anteriores, o que pode indicar cautela dos empresários frente ao cenário econômico e político atual.
O Monitor do PIB da FGV também aponta que o consumo das famílias, apesar de ter crescido, mostra uma desaceleração. No último trimestre de 2024, o crescimento foi de 3,7%, enquanto no primeiro trimestre deste ano, caiu para 2,7%. Essa desaceleração pode refletir fatores como inflação e aumento das taxas de juros, que impactam o poder de compra.
Por fim, a expectativa é que o crescimento da economia brasileira continue, mas de forma moderada. O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de maio. Enquanto isso, os dados preliminares da FGV indicam que a recuperação está em curso, mas desafios permanecem, especialmente para o setor industrial.
Autor: Popov Smirnov
